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Oficina de artesanato: mulheres costuram com as mãos vínculos comunitários mais fortes

Entre um alinhavo e outro, uma conversa sobre a vida. A cada corte na tesoura, um aprendizado diferente. As oficinas motivacionais oferecidas no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Padre Gabriel. Esses espaços são mais que locais usados para aulas de artesanato, são portas abertas para troca de experiências. Joalva de Jesus Souza, 47 anos, dona de casa, mora em Padre Gabriel, disse que os serviços oferecidos no Cras do bairro fizeram toda a diferença na vida dela. “Já ganhei dinheiro com peças de crochê que aprendi aqui. O que eu mais gosto é que produzimos tudo com nossas próprias mãos”, disse. No momento, a turma está confeccionando guirlandas de Natal. Para ela, as vantagens de participar não param por aí. “O benefício maior é mental, pois aqui a gente acaba fazendo mais amizade, criamos independência de pensamento. E aqui percebemos que a gente é capaz de ter outra maneira de viver", acrescentou Joalva. Também nas oficinas, ela aprendeu sobre o empoderamento da mulher negra. Outras, também são alertadas sobre o que é violência doméstica. “Pelo que vejo no dia a dia, elas ganham muito em trocas de vivência e saem da rotina. Elas organizam os pensamentos e as experiências e elas mesmas identificam situações e casos de violência”, completou a oficineira Patrícia Gomes. Amigos e família As oficinas e serviços ofertados pelos Centros de Referência de Assistência Social proporcionam uma interação, estimulam o pensamento, conhecimento e acesso a direitos e levam ao fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e à participação social. “Incentivar a socialização, a convivência comunitária e a promoção de potencialidades dos usuários dos nossos serviços faz parte da política da Assistência”, explicou Danyelle Lirio, secretária de Assistência Social de Cariacica. Para comprovar que o estímulo à convivência funciona, dona Marlene Paulo Almeida, 68, pensionista, contou sua experiência. “Eu gosto demais de participar, para mim é um tipo de terapia porque esqueço os problemas de casa. A convivência com outras mulheres é muito importante. Participo do grupo dos idosos, das oficinas, da ginástica... O dia em que não posso vir aqui, eu sinto falta”. Como o espaço é voltado para pessoas com idades acima dos 16 anos, não é raro ter mães dividindo a mesma mesa das oficinas de artesanato. “Minha filha vinha bem nova para o Cras. A maior vantagem, para mim, é fazer novas amizades, pois muitas vezes eu passava por pessoas na rua e nem cumprimentava. E hoje nos aproximamos nas oficinas”, detalhou Claudelina Francisca de Souza, 57, ao lado da filha Jocasta Souza dos Santos, 37, ambas donas de casa. Os Cras, que são equipamentos da Secretaria de Assistência Social (Semas), oferecem, entre outras atividades: 1 - Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) Para crianças, pré-adolescentes e adolescentes e idosos com atividades de desenvolvidas pelos educadores e oficineiros e técnicos de referência que são Assistentes sociais e Psicólogos. 2 - Ginástica Oferecida em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer, que disponibiliza um profissional de educação física 3 - Oficina Motivacional Serviço para munícipes com idade a partir de 16 anos, em que são realizadas atividades manuais / artesanato com a orientação das oficineiras e acompanhadas pela técnica de referência. Os encontros ocorrem durante o mês, variando entre 4 a 6 encontros.Além desses, ocorrem esporadicamente grupos de um único encontro realizados de acordo com as demandas analisadas pelos técnicos de Serviço Social e psicólogas dentre as famílias atendidas e acompanhadas no Cras.

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