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Descarte de obras da Biblioteca Municipal é modelo para outros municípios

O descarte é uma das mais importantes etapas dentro de uma Política de Preservação de Acervos e visa identificar todas as obras significativas que interessem às comunidades como fontes de leitura, pesquisa, informação e conhecimento. Por isso, é necessário “separar o joio do trigo”, ou seja, reconhecer o que deve ser preservado e eliminar tudo aquilo que já não serve mais, seja pelo desgaste do uso ou do tempo, pela contaminação de fungos ou ainda pela defasagem dos conteúdos. Daí a importância da Biblioteca Pública Municipal Madeira de Freitas divulgar para todos os cariaciquenses a realização desse trabalho, para assegurar aos interessados o acesso a essas informações e ao material bibliográfico resultante do descarte. Nesse sentido, com base no Decreto Municipal 166/15, que instituiu o regimento interno, o regulamento e o plano de desenvolvimento do acervo da Madeira de Freitas, foi criado o projeto “Descarte Legal de Obras Bibliográficas”. Após a apresentação a representantes do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Espírito Santo (SEBPES), foi definido que a iniciativa servirá de modelo para outras bibliotecas públicas municipais do Estado. Ela foi inspirada em uma experiência de sucesso da Biblioteca do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tem como objetivo realizar o processo de modo legítimo e transparente, com participação e ciência dos cariaciquenses. Durante 30 dias, a partir da data de publicação no Diário Oficial, as obras poderão ser doadas a frequentadores, visitantes, bibliotecas comunitárias, bem como a pessoas que desenvolvam programas de incentivo à leitura. As produções irrecuperáveis e danificadas serão encaminhadas a uma empresa de reciclagem de papéis. Ao fim da ação, as restantes ficarão disponíveis por seis meses na modalidade “pegue e leve”, visivelmente expostas e identificadas. Além dos livros em si, os cariaciquenses serão beneficiados com a atualização do serviço de pesquisa ao usuário. O descarte será realizado uma vez por ano, sempre no primeiro trimestre. Para o andamento do projeto, foi criada a Comissão Permanente de Descarte de Obras Bibliográficas (CPDOB). Ela apoiará o trabalho de avaliação dos bibliotecários e, para o conhecimento de toda a população, publicará um edital citando as obras que serão retiradas do acervo. A gerente do SEBPES, Rita de Cássia Maia e Silva Costa, acredita que a iniciativa é louvável. Segundo Rita, ela evidencia a importância de se implementar uma das principais políticas de organização e preservação de acervos em bibliotecas públicas que de fato assegurem o acesso à informação e ao conhecimento. “Reconhece-se também nesse trabalho, feito com critério e rigor, uma contribuição para outras bibliotecas públicas, estimulando-as a cuidar com zelo e carinho de seus acervos”, afirmou. O “Descarte Legal de Obras Bibliográficas” é de autoria da bibliotecária Marcelle da Silva Coelho Queiroz. Já o plano de ação foi executado pela também bibliotecária e ex-professora substituta da disciplina “Preservação em Unidades de Informação”, Júlive Argentina Santos Serra, com o apoio de toda a equipe da Biblioteca Municipal Madeira de Freitas.