Emef Antero José do Nascimento é um dos exemplos de educação inclusiva em Cariacica

img_5273-copiarInclusão na escola, com respeito à diversidade. É assim que Cariacica trabalha para que crianças com necessidades especiais tenham uma rotina normal de aprendizagem junto a outros alunos. Um dos exemplos de inclusão é a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Antero José do Nascimento, em Vale dos Reis, que atende a nove crianças com necessidades especiais como nanismo, Síndrome de Down, baixa visão, hiperatividade e déficit de atenção.

Segundo a professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE) da escola, Sueli Loureiro da Silva, os estudantes contam com o reforço do conteúdo trabalhado em sala de aula. “Desenvolvemos o trabalho no contraturno, horário contrário ao que a criança estuda normalmente. O conteúdo é desenvolvido de acordo com as dificuldades de cada uma”, explica. Além desse atendimento, a escola Antero José do Nascimento possui elevador, sala de recursos, professor colaborador e estagiárias de Pedagogia que atuam como cuidadoras.

A pedagoga Patrícia Coitinho dos Santos explica que a Emef Antero José do Nascimento mantém diálogo com as famílias das crianças para um acompanhamento da rotina em casa. “Eles participam de tudo normalmente. Conversamos também com os outros alunos para não haver tratamento diferente”.

img_5401-copiarUma aluna atendida na unidade é Rayssa Rocha, de 9 anos, que está no terceiro ano. Ela tem nanismo acondroplasia, em que braços e pernas são curtos, os quadris são largos e o tronco é normal. “Aqui na escola todos têm um carinho muito grande com a Rayssa. Quando ela passou por uma cirurgia para alongamento ósseo, os professores possibilitaram que ela estudasse de casa durante a recuperação. A turma reage e interage naturalmente, respeitando a limitação física dos coleguinhas. Os amigos já compreenderam que a pessoa com nanismo tem as mesmas necessidades de qualquer outra”, avalia Cristina Rocha, mãe de Rayssa e criadora da Associação Capixaba da Pessoa com Nanismo (ACPN). E a menina confirma: “Os meus colegas são legais e entendem que eu não consigo correr muito. Eles me esperam para brincar”, conta Rayssa.

Para Cristina, o trabalho desenvolvido pela Coordenação de Diversidade e Inclusão Educacional mostra que a parceria entre pais e a escola para a inclusão pode colaborar na transformação de estudantes com necessidades especiais. “A cidade demonstra respeito e atenção a essa demanda da sociedade e que está preparada para o enfrentamento ao preconceito com as pessoas com algum tipo de deficiência física”, afirma.

img_5362-copiarDa mesma turma da Rayssa, o aluno Max de Souza Lira, de oito anos, foi diagnosticado com nanismo diastrófico aos seis meses. Além do encurtamento dos membros, esse tipo de nanismo desenvolve malformação das articulações. A mãe dele, Josélia Maurício de Souza, conta da melhora no desenvolvimento após o Atendimento Educacional Especializado (AEE). “Max teve algumas dificuldades durante a alfabetização e melhorou com as aulas do contraturno. Agora consegue formar palavras e diz que gosta muito de Português. Ele também fez mais amizades e é bem paparicado na escola”, descreve.

img_5344-copiarCristina Rocha destaca a importância da difusão de informações para que outras mães tenham mais esclarecimentos sobre os direitos das pessoas com nanismo. Depois de saber que a rede municipal de Cariacica tem estrutura voltada para a inclusão, a camareira Lorena Pestana Justino já cadastrou o filho Guilherme Justino Vieira, de um ano e nove meses, que tem nanismo diastrófico, para uma vaga em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei). "É bom saber que a Prefeitura tem esses trabalhos já desde a creche", avalia.

Inclusão e diversidade

O estudante Mateus Marim Ribeiro, de seis anos, está no 1º ano e tem hiperatividade. São desenvolvidas atividades próprias para crianças com distúrbios de comportamento e déficit de atenção. “Procuramos novas formas de trabalhar o conteúdo da sala de aula de forma mais interessante para esses alunos, de forma lúdica. Envolvemos atividades como desenhos, músicas e jogos de memorização”, esclarece.

img_5305-copiarTambém no 1º ano, Caio Silva da Costa, seis anos, tem baixa visão. A professora colaboradora Francismeiry Pereira explica que algumas medidas foram tomadas para tornar a aprendizagem mais fácil. “Ele usa óculos e fica na primeira carteira, para visualizar melhor o que é escrito no quadro. Também disponibilizamos uma lupa para auxiliar”.

A Coordenação de Diversidade e Inclusão Educacional da Secretaria Municipal de Educação (CDI/Seme) desenvolve atividades específicas para 1250 alunos nas 106 unidades de ensino da rede municipal. Além disso, para melhor atender aos alunos com necessidades especiais, foram adquiridos três novos ônibus adaptados, aumentando para cinco o número de veículos do transporte escolar.

Para que a criança com necessidade especial seja atendida pela rede municipal de Educação, é preciso que no ato da matrícula (no caso das escolas de Ensino Fundamental), ou do cadastro de pretensão de vagas (nos Centros de Educação Infantil), os pais ou responsáveis apresentem cópia laudo médico.