Todo cuidado é pouco na hora de usar o sal de cozinha

Mais de 40 mil crianças são contempladas com a merenda escolar em Cariacica. Por conta disso, todo cuidado é necessário na hora do preparo do alimento, principalmente na dosagem do sal. Embutidos, enlatados e produtos industrializados estão fora do cardápio dos estudantes. A proposta é uma alimentação saudável e com tempero suave.

“Temos nutricionistas da Secretaria de Educação (Seme) e terceirizadas que formam um verdadeiro exército no controle desses temperos. As merendeiras são orientadas e acompanhadas pelas técnicas. A proposta é melhorar, cada vez mais, a comida preparada para as crianças e, consequentemente, a saúde”, destaca a coordenadora da Alimentação Escolar, Cleyde Christi Hoffmann.

É de conhecimento de todos que a ingestão de sal em excesso faz mal à saúde. O consumo nacional por pessoa chega a 12 gramas diários. De acordo com o estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a quantidade não deveria ultrapassar os 2 gramas (pouco mais de uma colher de chá), sendo que nesta quantidade já devem estar inclusos o sal dos alimentos industrializados. ou seja, é bem pouquinho mesmo.

Os perigos de salgar demais a comida podem ser devastadores a médio e longo prazo. E, claro, o seu coração sentirá e responderá ao consumo exagerado dele. O perigo do sal em excesso está em aumentar as chances do indivíduo sofrer de hipertensão arterial e danos nos rins, que leva ao desenvolvimento de outras doenças como diabetes , câncer, problemas circulatórios e AVC (Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como derrame).

Segundo o clínico geral Gabriel Patrício Diomelles, o problema não está somente no consumo exagerado de sal, mas também na ingestão excessiva do produto presente em grande quantidade nos alimentos industrializados. “Só para se ter uma ideia, ao oferecer uma porção de biscoito de polvilho – cerca de 30 gramas – a uma criança, ela estará ingerindo 270 miligramas de sal”, frisa o médico

Vilão das artérias

Entretanto, ele ressalta que antes de condenar o uso do sal é necessário lembrar que, se usado com moderação, ele não faz mal. Uma das doenças que o sal pode evitar é o Bócio, popularmente conhecida como papo ou papeira, por causa do aumento da glândula tireoide.

“Para evitar essa doença, é preciso consumir iodo. Por conta disso, o Ministério da Saúde, anos atrás, determinou que as empresas produtoras de sal inserissem iodo no produto. Assim toda população teria acesso”, explicou Gabriel Patrício.

Além disso, o sal é rico em sódio, ou seja, uma substância essencial para manter o equilíbrio de líquidos no corpo e ajudar na transmissão de impulsos nervosos e no relaxamento muscular.

O problema está no consumo em excesso. Ao ingerir além do recomendado ele reterá líquido e, consequentemente, aumentará o volume de sangue nas artérias. O desequilíbrio na concentração de plasma sanguíneo faz com que o coração acelere os batimentos, o que pode provocar hipertensão, arritmia e até infarto.

Produtos processados campeões de sódio

1. Macarrão instantâneo com tempero – 2721 mg de sódio em 85 g
2. Macarrão instantâneo sem tempero – 1198 mg de sódio em 80g
3. Frango empanado – 759 mg de sódio em 130 g
4. Hambúrguer bovino – 567 mg de sódio em 80g
5. Salsicha – 551 mg de sódio em 50g
6. Hambúrguer de frango – 525 mg de sódio em 80 g
7. Biscoito de polvilho – 270 mg de sódio em 30g
8. Biscoito cream cracker – 230 mg de sódio em 30g
9. Salgadinho de milho – 176,9 mg de sódio em 25g
10. Requeijão – 165 mg de sódio em 30