Cariacica encara semifinal do beach soccer: conheça mais o goleiro Mão

Mão: "Sonho, um dia, ser campeão olímpico, eu creio em Deus e sei que vai acontecer!".FOTO: Semco / Claudio Postay

Mão: "Sonho, um dia, ser campeão olímpico, eu creio em Deus e sei que vai acontecer!".FOTO: Semco / Claudio Postay


O dono da camisa número 1! A missão é evitar aquele que é o momento máximo no futebol, não importa onde jogado, o gol. É sempre o primeiro na escalação do time, joga mais com as mãos e, depois de uma bela defesa, pode rolar pelo gramado abraçado com a bola. Goleiro é aquele que entra numa disputa de pênalti como coadjuvante e, muitas vezes, sai como herói.


Nesta sexta-feira, 26 de abril, é celebrado o Dia do Goleiro. Para comemorar, batemos um papo com Jenílson Brito Rodrigues, mais conhecido como Mão, goleiro da seleção de Cariacica que disputa o Estadual de Beach Soccer. Colecionador de títulos, pela seleção brasileira de beach soccer, é tetracampeão da Copa do Mundo Fifa (2009/08/07/06) e dono de cinco títulos no Mundialito (2011/10/07/06/05).


"Luva de Ouro" da Copa do Mundo de 2009 e eleito o melhor goleiro das últimas edições das eliminatórias, da Copa América e do Brasileiro de Clubes, Mão disputou 195 jogos com a amarelinha. Além das defesas difíceis, marcou seis gols. Confira a entrevista abaixo.


Nesta sexta-feira (26), comemora-se o Dia do Goleiro. O que esse profissional significa para o futebol?


Mão: Significa tudo, as emoções, as tristezas... Imagina, aí. O goleiro defendendo o jogo inteiro e, de repente... aquele gol indesejado, ou seja, aquele frango. Toda alegria que foi construída deu lugar às tristezas. Isso já aconteceu comigo!


Quando você começou a sua história no esporte? E o beach soccer, surgiu quando?


Comecei há 15 anos, no bairro onde nasci e me criei, Santo Antônio, Vitória. Lá, ainda tem o campo, mas, hoje, com mais estrutura. Antes, era tudo aberto, um verdadeiro areal. Tem por nome prainha de Santo Antônio, a famosa draga. No beach soccer, comecei profissionalmente no ano 2000, jogando no time da Serra/Unesc. Fomos campeões estaduais e tive a oportunidade de ser eleito o melhor goleiro do estado, com muita felicidade. Foi um ano muito abençoado.


Ser goleiro foi uma decisão sua? Como foi isso?


Meu sonho era ser jogador de futebol, sempre quis ser goleiro. Pra mim, ser goleiro é uma arte. Aflorou mais quando perdi meu pai, aos 15 anos de idade, o encontrei morto na rua (lixão). Lá tinha uma casa abandonada onde jogavam lixo, e meu pai era alcoólatra, e o encontrei no meio do lixo. Aquela imagem ficou gravada em minha mente até hoje. Chegando a minha casa, com toda dificuldade para realizar o enterro, minha mãe me perguntou: “Meu filho, seu pai morreu. E agora, o que você vai fazer de sua vida? Disse: mãe, a senhora não vai me bater? Ela disse: não! E respondi na hora: quero ser jogador de futebol” (risos). Ali, levei uma surra e depois segui essa carreira abençoada por Deus e treino até o dia de hoje.


Como você avalia a sua trajetória no futebol de areia?


Ainda busco meu espaço com muito trabalho, dedicação e honestidade. Busco em Deus forças todos os dias para defender as dificuldades e até mesmo preconceito, mas isso não me atrapalha em nada. Sonho, um dia, ser campeão olímpico, eu creio em Deus e sei que vai acontecer!


Na seleção brasileira, você chegou como reserva de Pierre e depois assumiu a posição de titular, ajudando o Brasil a conquistar vários títulos expressivos. Como era o Mão que chegou à seleção brasileira? E hoje?


Estou um pouco mais velho! (risos). Mas me vejo igual a quando cheguei, continuo fazendo as mesmas coisas, falando com todos e treinando todos os dias. Isso que faz a diferença. Minha vida é igreja, casa, casa, treino e, assim, vai. Não frequento baladas, não bebo, não fumo e sou muito família. Assim, peço a Deus todos os dias que me ajude a permanecer.


Qual a história ou acontecimento mais marcante em sua carreira?


Ser titular em Copa do Mundo e poder ajudar o Brasil a conquistar a Copa. Marca, também, ter sido eleito na história do esporte brasileiro e receber o prêmio da Fifa como o melhor goleiro do mundo. Isso foi uma benção de Deus na minha vida. Lembrado na posição de goleiro.


Para um goleiro, como é a emoção de marcar um gol?


Muuuuuuuuuitas, mas dentro de campo não consigo ter muitas emoções. Minha filha que diz: “Pai, você tem que sorrir um pouco mais em campo” (risos). Achei graça. Mas sou assim.


Para você, quem é o melhor goleiro do mundo, hoje? Por quê?


Melhor do mundo? Indicaria o russo, o português, o mexicano, o argentino... Assim, está muito equilibrado. Vejo que essa Copa do Mundo que virá no mês de setembro dirá muito mais.


Expectativa para a semifinal do Estadual de Beach Soccer, neste sábado (27)


Defendendo a seleção de Cariacica no XIV Campeonato Estadual de Beach Soccer, qual a sua expectativa para esta semifinal? Alguma mensagem para a torcida?


Estou muito feliz, focado e treinando muito pra ajudar Cariacica a chegar a mais uma final. Alô, povo abençoado de Cariacica. Nos ajude, lotando a Arena de Alto Lage! Esse é jogo muito importante para todos nós!


Estadual Sub-17


A garotada do sub-17 disputa o título estadual também neste sábado (27), às 9h, na Arena de Alto Lage. O jogo foi adiado da semana passada a pedido dos times finalistas. O título será disputado por Vila Velhense e Geração Sports. A entrada é gratuita.


Serviço:


XIV Campeonato Estadual de Beach Soccer
Semifinais: sábado (27), a partir de 10 horas.
Jogos: Anchieta x Vitória; Cariacica x Marechal Floriano.


Campeonato Estadual Sub-17 de Beach Soccer


Final: sábado (27), às 9h.
Jogo: Vila Velhense X Geração Sports.
Entrada gratuita.


Informações Adicionais:
Texto: Brunella França
Jornalista responsável: Evandro Costalonga