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Professora mostra a importância do afeto na alfabetização de adultos

Uma profissional muito carinhosa. É assim que os alunos do 1º e 2º ciclos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) classificam a professora Jaqueline de Amorim Cunha. Ela dá aula na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Angelo Zani e comanda uma classe com 15 estudantes. É com seu jeito meigo, paciente e atencioso que ela conquistou seus alunos e está conseguindo fazer com quem eles se dediquem a aprender a ler e a escrever. “Ser afetuosa faz parte do processo. E a aprendizagem se dá nessa relação de confiança”, destaca a professora. Jaqueline é professora há 19 anos. Mas sua maior experiência é com a Educação Infantil. Neste ano, ela começou na EJA e a evolução da turma é um dos indicativos de como seu trabalho é efetivo. “Trago da Educação Infantil o cuidado, com atendimento individualizado. No início do ano, minha turma tinha apenas um aluno e hoje já são 15”, disse, orgulhosa. Nas aulas, a professora envolve a turma levando para sala de aula temas atuais e tocando na emoção dos estudantes, que têm idades entre 40 e 83 anos, níveis diferentes de aprendizado e vivências diversas, para que eles tenham vontade de aprender. “O que seria de nós se não fossem os sonhos? Falo sobre memória afetiva, incentivo, peço que eles em contem onde querem chegar”, acrescentou. Carinho Entre seus alunos está seu Osmundo Caldeira Filho, 83 anos, que só agora começou a ler e escrever. Ele e o restante da turma têm um carinho especial pela professora. A diarista Maria Aparecida Barros, 54 anos, destaca que ser alfabetizada com afeto faz muita diferença. “Isso ajuda quem quer aprender”, diz. Já a dona de casa Ana Gonçalves da Rocha, 64 anos, acrescenta: “Ela estimula a gente”. Já a gari Ilda Maria de Moraes Maciel, 57 anos, finaliza: “A professora ensina a turma a ter sonho de aprender”. De acordo com Rinaldo Pevidor, coordenador da EJA em Cariacica, as relações sociais que se estabelecem na sala de aula, quando são construídas e reconstruídas a partir de uma relação afetiva entre professor e educando, contribuem de forma significativa para o desenvolvimento de competências socioemocionais e intelectuais. “Na EJA, a promoção de uma relação afetiva entre educador e educando acontece principalmente nas rodas de conversas, momentos nos quais os alunos podem desenvolver as suas potencialidades a partir da escuta ativa e do diálogo, onde o processo de ensino e aprendizagem se desenvolve”, exemplificou. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Cariacica tem 131 turmas, sendo 123 professores regentes de classe e 12 professores de educação especial. É uma modalidade de ensino destinada a jovens, adultos e idosos que não tiveram o acesso à escolarização convencional na idade considerada própria ou que não deram continuidade aos seus estudos.