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Cariacica: vocação natural para as bandas escolares

Toda cidade possui vocações, e, em Cariacica, isso não é diferente. Dentre os vários talentos que o município possui, um deles destaca-se na Educação: as bandas. Tanto que a cidade é considerada pela Federação Nacional de Bandas e Fanfarras o local com maior número de corporações. Ou seja, Cariacica é um celeiro natural da música. Fato que vem sendo registrado ao longo dos anos. Os anos 80 marcaram história em Cariacica. Foi nessa época que o município ganhou destaque em todo o país com a Banda Talma Sarmento de Miranda. Em 1981, a corporação conquistou o vice-campeonato no Concurso Nacional de Bandas, em São Paulo. Dois anos depois, a mesma banda alcançou o primeiro lugar, em Bragança Paulista (SP) ao disputar com cidades de todo o Brasil. Foi nesse clima de emoção, garra e muito compromisso, que as bandas da cidade passaram a fazer parte da cultura da vida escolar do município. Naquela época, apresentar-se pelas escolas Terfina Rocha Ferreira (a mais antiga de Cariacica), Eliezer Batista, Talma Sarmento de Miranda e João Pedro da Silva, entre tantas outras era ter “status”. Por isso, para fazer parte de qualquer banda era preciso, além do talento, ser: responsável, disciplinado e aluno exemplar. A princípio, qualidades que parecem difíceis para adolescentes entre 14 e 18 anos. Mas, para eles, era estar na “moda”, pois, fazer parte daquele seleto grupo era entrar para uma nova vida. Na banda era possível aprender música, fazer novos amigos e viajar. A convivência entre os integrantes era tão grande que a sensação era de viver em uma grande família. É o que contam dois ex-integrantes da Talma: “Quando terminei o ginásio (hoje, ensino fundamental), fui para a Escola Talma Sarmento de Miranda só por causa da banda. Já tinha amigos que tocavam e queria fazer parte daquele grupo. Assim que cheguei à escola, me inscrevi e fiquei três meses aguardando ser chamado - nesse período, mesmo sem ter ingressado, ficava após a aula vendo os ensaios. Ao ingressar no grupo, fui designado a tocar corneta. Treinei muito para ficar afinado. Na minha casa, ninguém aguentava mais ouvir. É que naquela época não tínhamos aula de música o que aprendíamos era de ouvido. Geralmente, era um integrante mais velho que ia ensinando os mais novos. A rotina era de apresentações, no mínimo, duas por mês. Usávamos uniformes muito bonitos que compunham um visual bacana. A gente respirava banda, pois, éramos muito unidos. Foi um período maravilhoso, tanto que nos encontramos até hoje”. Robson Botelho, 50 anos, funcionário público. “A Banda Talma Sarmento de Miranda chegou a ter 200 integrantes. Apesar do grande número de pessoas, éramos todos próximos e um cuidava do outro. A gente ensaiava no meio da rua mesmo. Era uma festa! A comunidade participava, pois gostava de assistir. O objetivo era sermos os melhores. Comecei na banda tocando corneta, depois passei para o trompete. Nosso instrutor – Aarão José Barros – era uma pessoa muito envolvida, então, ele pegava algumas pessoas da nossa banda e levava para outras para ajudar no crescimento delas. Houve anos em que no 7 de Setembro cheguei a desfilar em três escolas diferentes. Quando chegava ao final da Avenida Expedito Garcia, havia um carro, geralmente uma Kombi, a nossa espera para que pudéssemos voltar para o ponto inicial e desfilarmos novamente. Era uma loucura, pois a gente tinha que trocar de roupa no veículo mesmo. Sempre tivemos compromisso, tanto é que cada um era responsável pelo seu instrumento musical e, por conta disso, podia levar para casa. Por isso, vivíamos inventando sempre tínhamos novas evoluções em nossas apresentações. Era tanta gente boa que muitos seguiram carreira nas bandas do Exército e da Polícia Militar, por exemplo. Dessa época, ficou o companheirismo, a amizade e o saudosismo. Tanto é que há três anos os antigos integrantes da banda desfilam junto com as escolas em 7 de Setembro”. Renato Gobbo, 50 anos, contador. Como afirma um velho ditado popular: “quem foi rei nunca perde a majestade”. Pois bem, foi dessa forma que aconteceu no município. Nos anos 2000 novas vitórias reforçaram a certeza do talento das bandas da cidade. Mais uma vez, Cariacica ganhou destaque ao vencer o Concurso Nacional de Bandas por duas vezes. No ano de 2007, a Banda Talma Sarmento de Miranda conquistou o primeiro lugar no concurso ocorrido na cidade de Campos (RJ). Três anos mais tarde, a conquista do prêmio veio em Barra do Piraí (RJ). O tempo passou, essas gerações ganharam novos horizontes, mas deixaram o seu legado para a Educação da cidade. Atualmente, existem 23 bandas nas escolas municipais que continuam encantando quem as ouve. Conheça baixo um pouco da história de cada uma delas: Bandas Marciais Bandas Marciais Galeria de fotos   Leia também: Cariacica comemora 125 anos com responsabilidade e olhar para o futuro Uma cidade que é celeiro de talentos para a música Mais três escolas entregues à população de Cariacica   Festa de Cariacica: muitos motivos para comemorar a cidade  Prefeitura de Cariacica assume iluminação do Contorno Creche em Alice Coutinho, agora, é sinônimo de segurança Mais uma obra de arte entregue com recursos da Lei João Bananeira