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Dona Darinha: 1ª mulher mestre de congo do ES

Tradição, religiosidade, folclore e cultura. O Carnaval de Congo de Máscaras em Roda D’água representa a memória e a história do povo de Cariacica ilustrado na festa das cores e do ritmo dos tambores. Como marco da cultura do município, o congo mantém acesa uma das mais representativas manifestações folclóricas do Estado. Até o mês de abril, quando ocorre o Congo de Máscaras, iremos abordar, toda sexta, uma matéria especial com personagens, história e divulgação dos festejos. Começamos a série hoje, 6 de março, com Dona Darinha, a primeira e única mestre de congo do ES. A matéria é uma forma de também homenagear as mulheres, devido ao Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. Representante da alegria e resistência cultural do Carnaval de Máscaras em Cariacica, Maria da Penha Teixeira, conhecida como Dona Darinha, tem mais de 50 anos de congo e dá continuidade à tradição da família, repassada a gerações. Aprendiz do mestre e padrinho Hermínio Rodrigues, começou ainda pequena com oito anos. Na época, participava como bailarina e, aos poucos, foi aprendendo a tocar os instrumentos da banda de congo. Com dedicação e amor à festa folclórica, tornou-se a primeira mulher mestre de congo, posto que assume com muita honra. Há mais de 30 anos como mestre, Dona Darinha mantém atuante a Banda de Congo Unidos de Boa Vista, fazendo apresentações em eventos do município e no Carnaval do Congo de Máscaras de Roda D’água. Aos 61 anos, esbanja orgulho de ser congueira e lembra com emoção da época em que passava de casa em casa com os mascarados. "Fico muito feliz por crescer em uma família de congueiros e me tornar uma mestre de congo. Lembro da reação das pessoas quando nos recebiam nas suas casas. Não podemos perder essa cultura capixaba. Nossa intenção é apresentar e passar essa tradição para quem ainda não conhece. Faço este trabalho com amor!" Como primeira mulher de congo, Dona Darinha derrubou algumas barreiras para conquistar um espaço na tradicional festa popular capixaba. Demonstrando a força e sensibilidade feminina, ocupou um posto essencialmente representado por homens. Reforçando o valor e a expressão da diversidade cultural da festa de congo, repassa para congueiros mirins as tradições, deixando as lembranças para as próximas gerações. História do Carnaval de Congo de Máscaras em Roda D’água Conforme a cultura popular, a festa surgiu com as procissões locais que eram feitas em homenagem a Nossa Senhora da Penha, padroeira do ES. Por conta da distância até o Convento, os moradores resolveram homenagear a padroeira do Estado pelas ruas da zona rural da cidade embalados pelos tambores e casacas. A festa tomou proporção e integrou brancos, negros e indígenas ao Carnaval de Congo. Segundo a história, os antigos escravos usavam as máscaras para se juntar ao cortejo e não serem reconhecidos. Com o tempo, a máscara foi incorporada à festa folclórica. O objetivo era que ninguém descobrisse quem estava por trás da máscara, sendo revelado somente ao final da apresentação. As bandas de congo reúnem homens e mulheres que cantam, dançam, tocam tambor, casaca, cuíca, chocalho seguidos do estandarte que os caracterizam. Cariacica reúne cerca de dez bandas de congo que entoam os cantos com temas variados: natureza, mar, devoção a santos e outros. Leia também: Mestre Tagiba mantém acesa tradição do congo de máscaras Congo de Máscaras: ao som dos tambores e casacas do Mestre Prudêncio Tradição e cores nas máscaras de congo do Mestre Valcedi