Mês da Mulher: Direitos Humanos realiza ação em Campo Grande

Feminicídio, agressão, descumprimento de medida protetiva, estupro, importunação sexual...todos esses crimes engrossam a lista dos tipos de violência contra a mulher e, para chamar a atenção para essas e outras questões relacionadas ao público feminino, foi realizada na manhã deste sábado (23) a ação “Mulheres em Ação em Defesa dos seus Direitos”.


O ato foi realizado na Praça de Campo Grande e chamou a atenção de quem transitava pela movimentada Avenida Expedito Garcia. Entre uma loja e outra alguém sempre chegava ao local para saber do que se tratava. “Estava passando e aproveitei para trançar o meu cabelo. Durante muitos anos eu alisei, mas agora decidi assumir a minha negritude. Agora eu me amo mais”, disse a autônoma Maria da Penha Silva, 58.


A trança a qual ela se refere foi feita pela trançadeira Martiele de Freitas Rocha, que a convite da Gerência da Juventude participou do evento ajudando a empoderar as mulheres que paravam para assistir vídeos na cabine ou para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC), serviço oferecido por servidores da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semesp). A Secretaria que também deu orientações sobre saúde aos participantes.


“Eu falo que a minha militância não é só discursiva, ela é manual e prática. Eu tranço para as mulheres da periferia descobrirem a autoestima, assim como eu descobri”, conta Martiele em tom de satisfação. Também a convite da Gerência da Juventude a cantora Letícia Chaves animou o público com uma apresentação de voz e violão.


Os vídeos exibidos na cabine mostravam relatos de violência doméstica bem como formas de pedir ajuda, conforme explica o gerente de Direitos Humanos, Allysson Marcello Sant’Ana. “As mulheres que foram a cabine conheceram os tipos de violência, agora têm mais consciência e sabem onde buscar ajuda, um dos locais é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Elas também podem ir a Defensoria Pública recorrer à direitos como guarda dos filhos e partilha do patrimônio”, afirma.


A universitária Kamila Gonçalves da Silva, 23, assistiu aos vídeos e ficou impactada. “É um choque de realidade”, diz.


Políticas públicas


A idealizadora do Movimento de Mulheres de Cariacica (Momuca), Vilmara Claudino, defende que reduzir as estatísticas de feminicídio passa pela implementação de políticas públicas para as mulheres. “A gente vai continuar batendo nessa tecla, é necessário. O Momuca vem atuando firmemente defendendo essa questão porque números nós já temos”.


Para Vilmara tirar ações como a de hoje do papel é uma forma de empoderamento feminino. São coisas pequenas, mas que causam um impacto muito grande. Se isso for convertido em grandes políticas públicas quanto vamos avançar?”.


Apoiaram o evento: Semesp, Gerência da Juventude, Momuca e Faculdade Unicesumar.