Estímulo à união e troca de experiências nos seminários de educação inclusiva

Com a recomendação de que a união faz a diferença foram abertos os  11º Seminário Interno da Educação Especial/Inclusiva e o 3º Seminário Diversidade Educacional do município de Cariacica na noite da última segunda (28). O evento, da Coordenação de Diversidade e Inclusão Educacional da Secretaria Municipal de Educação (CDI/Seme), prossegue nesta terça (29), no auditório do Ifes Cariacica, em Itacibá.

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A pedagoga doutora Denise Meyrelles de Jesus, da Ufes, acompanha os projetos de Cariacica num estudo nacional



Os educadores, que lotaram o auditório, foram estimulados a trocar experiências e resultados das práticas pedagógicas que realizam junto aos alunos de necessidades especiais e também aos de altas habilidades e superdotação. A palestrante convidada, a pedagoga doutora especialista em Educação Especial, Denise Meyrelles de Jesus, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) reforçou essa prática. "Temos que pensar o trabalho de educação inclusiva como uma forma de encontro. O que pode ser ótimo para uma escola com esses alunos nem sempre funciona em outra. É por isso que é fundamental nossos encontros e o compartilhamento das experiências", reforçou. Atualmente, a professora participa de um grupo que pesquisa Educação Especial em conjunto com as universidades federais do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e São Carlos (SP). Aqui no Estado, Cariacica está no grupo das cidades monitoradas. "A partir do ano que vem, iremos às escolas para observamos mais de perto no que os profissionais da rede municipal têm contribuído com o tema", planejou.

Conceitos

A coordenadora de Diversidade e Inclusão Educacional, Eula Amorim Sanglard Lopes, no discurso de boas-vindas, lembrou que essas ações e projetos diferenciados para acolher este tipo de aluno faz que a escola exerça uma função social, indo além de mera fornecedora de conteúdo. Já a subsecretária para assuntos pedagógicos, Ione Dias, lembrou que os projetos de edução clusiva são fruto de uma caminhada de uma década em Cariacica. Pelos dados da Secretaria Municipal de Educação (Seme) são 1250 alunos com necessidades especiais. "Foi um processo de construção mútua, o resultado de uma equipe que atua desde então. Quando as pessoas têm vontade, quando se unem no objetivo de uma escola para todos, o resultado é compartilhado por todos", destacou. Ela lembrou da recente aquisição de três veículos adaptados de transporte escolar, um destaque para Cariacica entre as redes municipais da Grande Vitória. "Mas queremos avançar mais pois podemos ir além", reforça.

A secretária de Educação, Vanusa Stefanon Maroquio, aglutinou a recomendação de que a união não falte. "Quero agradecer a todos vocês, professores e pedagogos, por serem e por sermos tão parceiros. A formação só acontece quando dialogamos, trocamos experiências, enfim, quando estamos juntos", resumiu.

Mostra

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João Daniel Magnado da Silva, 14 anos, da Emef Rosa da Penha, apresentou seu projeto de mão mecânica movida à pressão hidráulica



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O professor Elizamarques dos Anjos desenvolveu com alunos do quinto ano da Emef Stélida Dias uma peça feita com a linguagem brasileira de sinais (Libras)



Parte de uma mostra do que professores e pedagogos desenvolvem no cotidiano escolar foi apresentado no palco do auditório. Alunos de uma turma do quinto ano da Emef Stélida Dias, de Campo Grande, apresentaram duas pequenas peças de teatro enfocando o uso da linguagem brasileira de sinais (Libras).  Neste projeto, os sinais são aprendidos tanto pelos surdos quanto pelos ouvintes. Além de garantir a inclusão do aluno com perda auditiva, também reforça nos demais a aceitar e a conviver com as diferenças no grupo. O trabalho, desenvolvido por Elizamarques dos Anjos, professor colaborador de ações inclusivas, foi bastante aplaudido.

No hall de entrada, o público conferia as criações dos estudantes com altas habilidade e superdotação. Projetos e maquetes de robótica que nasceram a partir da criatividade e observação atenta de meninos e meninas que foram além da sala de aula. João Daniel Magnado da Silva, 14 anos, aluno do sétimo ano da Emef Rosa da Penha, explica o seu projeto: uma mão mecânica feita a partir de pressão hidráulica. "Eu vi um tutorial na internet de uma mão mecânica mas feita pela manipulação de barbantes amarrados aos dedos. Achei limitado e resolvi substituir os barbantes pelas seringas hipodérmicas. Com o movimento do braço e a pressão feita nelas, os dedos dessa mão se mexem", demonstrou. No futuro, ele pensa em cursar Física ou Engenharia.

A professora Fernanda Weigert, que leciona Ciências e acompanha estudantes de altas habilidades, diz que o aluno acaba por contagiar com seu entusiasmo. "A gente se molda de acordo com o que eles vão trazendo o que termina por nos entusiasmar e se envolver nesses projetos", resume.

A noite ainda reservou  homenagem para os alunos participantes das olimpíadas brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e de Astronomia (OBA)/Mostra Brasileira de Foguetes.

Veja mais momentos do primeiro dia do evento na galeria abaixo: