Projeto Moxuara ajuda a resgatar confiança e aprendizado de alunos em 23 escolas da rede municipal
Por Thaiz Blunck , postado em 10/12/2024
Fotos Wagnner Zanon
Estimular a confiança, a motivação e o prazer de aprender habilidades de leitura, escrita, produção textual e raciocínio lógico matemático de maneira contextualizada por meio de jogos, materiais manipuláveis e situações-problema. Esses foram os principais objetivos do “Projeto Moxuara”, que atendeu centenas de estudantes do 6º ao 9º ano de 23 escolas da rede municipal de ensino de Cariacica.
Durante a primeira fase, em 2023, o projeto atendeu estudantes a partir do 3º ano do ensino fundamental. Na segunda fase em 2024, com os anos finais, essa iniciativa foi fundamental para recompor as habilidades essenciais para os estudantes que enfrentavam dificuldades na leitura fluente e no domínio das quatro operações básicas da matemática.
Desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação (Seme), em parceria com a Elos Educacional e a Motriz, o programa utilizou a metodologia inovadora Teaching at the Right Level (TaRL), patenteado pela PRATHAM, traduzida e adaptada ao cenário brasileiro pela Elos Educacional para recompor as aprendizagens básicas em Língua Portuguesa e em Matemática.
Dileusa Marta Martinelli, Técnica da Secretaria de Educação, explica que o “Projeto Moxuara” foi pensado, desde o início, para a recomposição de aprendizagem, após ser realizado o diagnóstico inicial com os alunos do 6º ao 9º anos, que não possuíam habilidades básicas para avançar na aprendizagem nas séries que estavam cursando.
Nessa proposta, a Secretaria de Educação realizou a formação para todos os técnicos do ensino fundamental e fez a contratação de professores, que também passaram pela formação inicial sobre toda a metodologia, para depois irem para as escolas. Desse modo, corrobora-se para a consecução dos direitos de aprendizagem destes estudantes, contribuindo para o princípio básico da equidade.
"Para 2025, a perspectiva é ampliar o projeto para outras escolas e prosseguir com a metodologia nos anos iniciais e finais, fortalecendo ainda mais a aprendizagem. Inicialmente, a proposta contava com quase 500 estudantes, entretanto, no segundo ciclo, com os progressos, houve expansão para quase 700 estudantes", afirma ela.
A importância do projeto para os estudantes:
A professora da EMEF ECIM Afonso Schwab, Maria Lavínia Dias Rodrigues, também afirma que foi feito um levantamento dos estudantes que não tinham as habilidades básicas fundamentais para estarem na sala de aula, como saber ler e escrever fluentemente e realizar as quatro operações em matemática.
"Ele (o projeto) tem uma metodologia única. São atividades lúdicas, concretas, que o aluno consegue compreender. Isso também resgata a autoestima do estudante, porque se ele não tem as habilidades básicas, ele não socializa com os colegas, não entende o que está sendo aplicado em sala. A partir do momento em que começa a compreender e resgatar isso, ele volta para a sala mais feliz, mais contente e se sente incluído no processo de aprendizagem. A parceria com as famílias foi fundamental, sendo que houve diálogo entre escola/família sobre toda a dinâmica do projeto. Quando se chega ao final, todos os envolvidos se sentem bastante realizados e com sentimento de pertencimento aos espaços escolares e com uma visão de mundo mais ampla”, afirma a professora.
Já a professora Katiuscia de Oliveira Nascimento, da EMEF “Antonius Luthe” relembrou sobre os desafios enfrentados no início, principalmente por conta da faixa etária dos estudantes. "Os alunos ficaram um pouco inseguros, pois, pensavam que seria apenas um reforço escolar... Estávamos ali para desenvolver as habilidades perdidas por eles”, disse ela.