João Bananeira nas Escolas: alunos da Emef José Zacchi, em Flexal I, recebem ícone do folclore de Cariacica

O João Bananeira, ícone do folclore de Cariacica, fez uma apresentação nesta terça-feira (9) para os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Zacchi, em Flexal I. O próprio mascarado contou a história de sua origem para os estudantes.


Além da apresentação, os alunos fizeram vários objetos de artesanato, máscaras, cartazes e desenhos com a figura do João Bananeira para recebê-lo. Por trás da figura está o artista e dançarino Alfredo Evangelista, mais conhecido como Alfredo Godô.


"É uma honra e um prazer fazer as apresentações nas escolas do município. Levar a história do nosso folclore para as crianças é uma forma carinhosa de valorizar a nossa cultura", conta Godô, que dá vida ao João Bananeira.


Na próxima sexta-feira (12) o João Bananeira volta à mesma escola às 9h e 13h30 para fazer apresentações para as turmas que não puderam ver as encenações de terça. A visita do personagem nas escolas faz parte do projeto “João Bananeira nas Escolas”, que tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Cariacica (Semcult). O objetivo é contar a história da figura folclórica para os alunos, desde as antigas procissões em época de Carnaval de Congo, até os dias atuais. 


João Bananeira


Incorporado originalmente ao Carnaval de Congo de Máscaras de Cariacica, a figura do João Bananeira equilibra fantasia e realidade da identidade folclórica da congada. Com o rosto coberto pela máscara e o corpo coberto com folhas de bananeira, o personagem se junta ao cortejo acendendo o imaginário das rodas de congo.


Conforme os relatos dos mais antigos, no meio da procissão, negros e escravos colocavam máscaras para cobrir os rostos e até mesmo usavam meias nos braços para não serem identificados e, assim, participarem do cortejo. Com o tempo, transformou-se numa brincadeira e foi incorporada à tradição da festa folclórica.

O mistério do personagem está em não divulgar quem está por trás da máscara, sendo revelado somente ao final da apresentação. Antes, ainda com as tradições mais enraizadas, para conseguir que não fossem identificados, os mascarados se vestiam nas plantações de banana da zona rural do município.


A dança e irreverência dos mascarados acompanham o som dos tambores e a voz dos congueiros que entoam antigas canções para homenagear a padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha. A memória acompanha a história do congo da cidade, reforçada no ícone da manifestação popular representado pelo João Bananeira, chamado por alguns de Zé Bananeira.