Estudantes saem às ruas contra o trabalho infantil

O trabalho infantil se manifesta de variadas formas, desde a criança que vende balas no sinal àquela que faz capina na zona rural e, para chamar atenção para a necessidade de combater esse tipo de violação de direitos, no último sábado (31) os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Leonilda das Graças Langa, em Nova Valverde, saíram às ruas em caminhada.


Para dar o recado os pequenos usaram faixas, cartazes e fantasias, tudo ao som de muita música. Cerca de 70 crianças participaram do ato. Ao todo foram percorridas seis ruas do bairro. De acordo com a diretora da unidade, Angela Aparecida dos Santos Pagio, a escola está situada em um bairro de grande vulnerabilidade social, por isso, a Secretaria Municipal de Educação (Seme) fez a proposta de abordagem do assunto no cotidiano escolar.


“As crianças amaram, essa caminhada é esperada por elas o ano todo”, comemora a diretora.



Aparecida


Os alunos da Escola Municipal Arthur da Costa e Silva e do Centro Municipal de Educação Infantil Alzira Maria de Jesus, também saíram às ruas do bairro Aparecida para chamar atenção para a causa. Cerca de 80 alunos participaram do ato.


Para o diretor da Emef Arthur da Costa e Silva, Bruno Souza Marques, o fato de algumas formas de trabalho infantil serem admitidas pela sociedade as torna invisíveis.


“Essas formas socialmente aceitas são as que mais retiram a infância das nossas crianças. Ajudar a cuidar do irmão mais novo e participar das tarefas domésticas são importantes, mas não podem se tornar um fardo para a criança. Isso atrapalha o desenvolvimento dela, pois ela assume precocemente muitas responsabilidades”.


Bruno ainda avalia que o trabalho infantil compromete o aprendizado, por isso, é papel da escola proteger as crianças e os adolescentes.


“Se as crianças têm obrigações que as sobrecarregam, a primeira coisa a ficar prejudicada é a vida escolar. Elas passam a não se dedicar ao estudo, não realizar as tarefas diárias e assim vão sendo pouco a pouco desmotivadas. A escola precisa ficar atenta a qualquer situação que coloque em risco o desenvolvimento dos alunos”.


Enfrentamento


Para a referência técnica do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) em Cariacica, Ruth Knaak, a sociedade pode ajudar no combate ao trabalho infantil se informando e denunciando. Para ela, entender a gravidade do trabalho infantil é o primeiro passo.


“Quando as pessoas entenderem os malefícios dessa violação de direitos irão denunciar com mais frequência”, defende.


Os canais para denunciar casos de trabalho infantil são os telefones do Conselho Tutelar (27) 98818-4538 / 98819-2886 /98818-4330 / 98818-5302 e o Disque 100.