Livro com recursos da Lei João Bananeira resgata memória do Orfanato Cristo Rei

O escritor Marcos Bubach ainda tem fresca na memória a imagem da irmã Marcelina, que comandava o Orfanato Cristo Rei. "Eu estudei no colégio estadual que ficava no terreno pertencente ao orfanato e ela era uma figura inspiradora, que sempre orientava a criançada para manter o foco nos estudos e na disciplina", desenvolve. A admiração pela religiosa se manteve ao longo dos anos e o levou a levantar a história de uma das mais importantes obras sociais do Espírito Santo e que teve a freira como protagonista.


O resultado é o livro "Orfanato Cristo Rei: do sacrifício à ascensão" (edição do autor, 208 páginas, R$ 30). O lançamento é neste domingo, às 19h30, no pátio da igreja da Paróquia São Francisco de Assis, em São Francisco. A obra ganhou recursos no valor de R$ 12.100,00 da Lei João Bananeira, lei de incentivo à cultura da Secretaria Municipal de Cultura (Semcult).


A pesquisa de Bubach descreve as andanças que o orfanato teve que fazer ao longo dos seus 95 anos. Ele foi fundado em na Cidade Alta, em Vitória, em 1924, sob a alçada do padre Leandro Dell'Uomo e do bispo na época, dom Luiz Scortegagna. "Depois foi para a praia de Santa Helena, na capital, foi para Viana e, por fim, em Cariacica, no bairro São Francisco", informa.


Mesmo em diferentes lugares, a missão era a mesma: dar carinho e apoio a crianças e adolescentes sem lar ou de famílias vulnerabilizadas. A forma de trabalho era incentivo ao estudo e à prática de atividade extraescolar, após as aulas. 


Roberto Carlos


Irmã Marcelina chegou ao orfanato em 1957 e já teve que enfrentar uma situação problemática. A construção que, na época, estava em Vitória, já não era suficiente para acolher a tanta criança. A religiosa começou a mobilizar a sociedade civil da época para angariar fundos a fim de construir a nova casa de apoio em Cariacica.


Bubach lembra no livro que até o Rei Roberto Carlos se envolveu na empreitada. "O show beneficente foi no Sesc do Parque Moscoso em 1966. Após 3 anos de construção, em 1968 estava pronta a sede, erguida com o suor e esforço de 15 dos pequenos de irmã Marcelina e mais a mão de obra voluntária de moradores da região e até padres", registra.


O autor conversou com quem cresceu sob os cuidados do orfanato e de irmã Marcelina, falecida em 2001. "A recomendação da irmã de que a garotada não perdesse de vista a importância dos estudos rendeu uma geração de profissionais e de homens e mulheres que se tornaram depois bancários, militares, padre, administradores de empresas, professores, comerciários, servidores públicos entre outras profissões", destaca.


Hoje, o orfanato se transformou na Obra Social Cristo Rei e não conta com regime de internato. Atende 200 crianças e adolescentes entre 3 a 14 anos. A casa oferece alimentação completa, Educação infantil e  oficinas de Ensino Religioso, Reforço Escolar, Tecelagem, Esporte, Capoeira, dança, informática e música (coral). A organização está sob administração de uma congregação religiosa. 


Sobre o autor


O escritor Marcos Bubach também é produtor cultural, além de membro do Conselho de Cultura de Cariacica e presidente da Academia Cariaciquense de Letras. 


Entre suas publicações, estão “Outros de Mim” (2012), “De lírio a lirismo” (2014), “Os mistérios do Casarão em Carapebus e a Fuga de Berlim” (2016); “Quem encontrará Bill” (2017), infantojuvenil; “Pés Descalços - Memórias da Infância” (2017), “Fevereiro Sangrento: bastidores da greve” (2018). “Orfanato Cristo Rei: do sacrifício à ascensão” (2019) é seu sétimo livro.


Serviço:


Lançamento do livro "Orfanato Cristo Rei: do sacrifício à ascensão", de Marcos Bubach 


Quando: domingo (25), às 19h30.


Onde: pátio da Paróquia São Francisco de Assis, rua Gilda Bonadiman, 127, São Francisco. 


Preço de capa: R$ 30


Tiragem: 1000 exemplares


Como adquirir: pedidos junto ao próprio autor (9 99512-2130) ou pelo site www.sementeliteraria.com.br