Acamados recebem visita domiciliar de equipe multidisciplinar da Assistência

Católica fervorosa, dona Guiomar Dantas de Almeida, 69, não perde uma missa do padre Marcelo Rossi pela TV, e para além de acompanhar as missas o que mais a deixa feliz é receber a visita da equipe do Serviço Especializado em Atendimento Domiciliar (Sead). Dona Guiomar é uma das 1.179 pessoas atendidas pelo serviço, que em 2018 teve um aumento de 127%.


Criado em 2016 o Sead oferece atendimento especializado a famílias com pessoas com deficiência e idosos, a partir de 60 anos, que apresentam algum grau de dependência e que tiveram suas limitações agravadas por situações de violação de direitos, tais como: exploração da imagem, isolamento, confinamento, atitudes discriminatórias e preconceituosas no seio familiar, falta de cuidados adequados por parte do cuidador, alto grau de estresse do cuidador, desvalorização da potencialidade ou capacidade da pessoa, dentre outras que agravam a dependência e comprometem o desenvolvimento da autonomia.


Dona Guiomar é atendida pelo Sead há oito meses, desde que teve as duas pernas amputadas devido ao diabetes. A família teve acesso ao programa quando a filha dela, a dona de casa, Paula Maria Dantas de Almeida, 51, foi ao Centro de Referência Especializado em Atendimento Social (Creas) de Porto Novo, se informar sobre benefícios federais. Hoje ela comemora as vitórias diárias que mãe tem.


"Depois que a equipe começou a atendê-la ela melhorou bastante. Quando o primeiro terapeuta ocupacional veio ela falava que não conseguiria sentar, que nunca melhoraria, e ele sempre conversando, e com exercícios ela passou a sentar sozinha, a ficar mais tempo sentada. Ela já consegue passar da cama para as cadeiras de roda e de banho, as psicólogas incentivam, falam que ela é capaz", diz.
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A equipe é composta por assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais e orientadores sociais.  O trabalho da equipe ocorre por meio de oficinas, orientações e encaminhamentos.  "Nós realizamos o atendimento no domicílio da família, acolhemos as demandas e a partir dessas demandas identificamos qual é a melhor frente de trabalho", explica a psicóloga Dilcineia Souza Bragança.


As “meninas” como são carinhosamente chamadas por dona Guiomar, visitam a casa da família Bragança mensalmente e quando é dia de atendimento dona Guiomar fica eufórica. “Por mim toda semana elas estariam aqui comigo. Elas são agradáveis, amáveis, sempre me trataram bem. O primeiro apoio que eu tive foi delas”, conta. No início do atendimento as visitas eram semanalmente e foram reduzidas de acordo com a evolução da paciente.


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Além do atendimento ao idoso e ao deficiente o Sead ainda oferece atendimento ao membro da família que é cuidador, o objetivo é aliviar o estresse. Para ser atendido pelo serviço é preciso comparecer a algum Creas e manifestar o interesse, a partir disso, é traçado o perfil técnico da família para saber se ela enquadra-se ou não no serviço.


O Sead está alocado no Creas de Itacibá, mas todos os bairros do município são atendidos. E além do atendimento domiciliar o munícipe também é encaminhado a benefícios do governo federal.


Crescimento


No primeiro ano somente 35 pessoas eram atendidas, enquanto hoje são 1.179. Dilcinéia atribui o crescimento da demanda ao aumento significativo da população idosa no município. “Temos observado, infelizmente, também muitos atendimentos que trazem questões de conflito familiar, e muitas vezes a nossa intervenção é necessária. Se há necessidade no município que bom que nós enquanto Sead temos conseguido alcançar essas famílias”.


O feedback do trabalho é possível graças ao forte diálogo que é mantido com as famílias, pois além das visitas domiciliares são mantidos contatos telefônicos semanalmente.