Resgate da história de Cariacica na Rota Imperial

O potencial turístico de Cariacica vem de muitos anos. Entre as riquezas do município nessa área está a sua história repleta de cultura e fatos relevantes. Um deles é a Rota Imperial, construída em 1814. O caminho ficou esquecido durante anos, mas, devido a sua grande importância para o Estado foi “redescoberto”.


“A construção da Estrada Real teve como objetivo interligar o comércio entre Minas Gerais e Espírito Santo. E Cariacica estava na alma econômica do trajeto da rota imperial, consagrando o município como principal porto de escoamento de materiais”, explicou o historiador e professor João Euripedes na abertura da exposição da história da estrada real.


A explanação do historiador proporcionou um verdadeiro resgate da memória da estrada real, que interligou o Estado de Minas Gerais ao Espírito Santo, da qual Cariacica faz parte. A aula de história aconteceu no lançamento da cartilha pedagógica na Matrix Music Hall nessa terça-feira (14).


Conforme os relatos, a região mineira já estava empobrecida porque o ouro e os materiais estavam acabando e os proprietários rurais precisavam de novas terras. Então era preciso abrir campos para a atividade agrícola e procurar riquezas nos rios do Espírito Santo. Mais que isso, a construção da estrada real tinha como intenção buscar novos pontos de escoamento, além dos portos do Rio de Janeiro.


Foi neste contexto que Dom Pedro emitiu, em 1814, a ordem para a construção do caminho imperial, denominado de São Pedro de Alcântara, em homenagem ao santo padroeiro da família real. Custeada pelo tesouro, a estrada foi finalizada em pouco mais de dois anos. A sua construção contribuiu para o desenvolvimento de inúmeros municípios cortados pela estrada que recebiam estímulos para a produção.




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A expedição do grupo de tropeiros passou por Cariacica em abril deste ano refazendo o caminho da Rota Imperial, que completa dois anos em 2016


No Espírito Santo, por exemplo, a Estrada Real São Pedro de Alcântara, que mais tarde ficou conhecida como Estrada do Rubim, atinge com os seus ramais, 14 municípios capixabas e passa por 17 cidades de Minas Gerais, num total de 575km de belezas naturais, riquezas e aventuras.


O historiador explicou que no primeiro momento, a chegada de mercadoria era exclusivamente pelo porto situado ao fundo da baía de Vitória, mas isso exigia um longo trecho sobre canoas, descendo pelo rio Santa Maria até chegar ao porto. Em função disso, foi viabilizado um novo ramal, no sentido para o Porto Velho de Itacibá. “Durante quase 100 anos, Cariacica foi o grande importador e exportador de materiais para Minas Gerais”, contou João Euripes.


Conforme o professor, os registros históricos confirmam que o imperador D. Pedro II, visitou o Espírito Santo, passando por Cariacica e se encantou com as belezas naturais do município e das regiões que fazem divisa com a cidade. “Dom Pedro esteve em Cariacica e elogiou as riquezas naturais do município, dos rios que cortavam as cidades, como descrito no Diário, quando ele cita também a ponte do Rio Jucu“, explicou.


O professor aproveitou a oportunidade para evidenciar o potencial turístico e histórico de Cariacica, que teve relevante papel na época da estrada real, e que por falta de registros prescritos outros municípios acabam incorporando esses fatos. “Desde quando soube que daria uma palestra aqui em Cariacica sabia que precisava passar essa mensagem para o estímulo ao resgate histórico do município. A gente só ama e valoriza aquilo que conhece”, concluiu João Euripedes.