Sonora Brasil: estudantes conhecem ritmo folclórico do Amapá

A cultura e a história do Amapá em forma de som dos tambores e dos pandeiros.  Assim foi a experiência vivida por estudantes e professores da Escola de Ensino Fundamental (Emef) Hilário Vieira da Silva, em Jardim Campo Grande, que acompanharam a apresentação do grupo Raízes do Bolão, na tarde desta segunda (11). O show faz parte do projeto Sonora Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc) e foi possível graças a uma parceria c0m a  Secretaria de Educação (Seme).




Dona Esmeraldina, líder do grupo Raízes do Bolão

Dona Esmeraldina, líder do Raízes do Bolão, disse que é sempre uma honra se apresentar para crianças


A quadra do colégio virou palco para o marabaixo, um dos ritmos típicos do norte do país. Quem explicou tudo foi a simpática líder da banda, dona Esmeraldina, 59 anos, que fez o papel de mestre de cerimônia. “Nós viemos de uma comunidade de quilombolas chamada de Curiaú. Quando fomos morar na capital, Macapá, não havia batuque então formamos o grupo. O 'bolão' no nome foi para homenagear o meu pai, Maximino Machado dos Santos, que tinha esse apelido”, explicou.


O marabaixo está para o Amapá assim como o congo para o Espírito Santo. Enquanto se batuca, as mulheres entoam as cantigas em versos chamados de "ladrões". Toda essa manifestação é ligada às festas da Igreja Católica em louvor a São José, São Tiago e Santo Expedito.


O Raízes do Bolão tenta se manter fiel à tradição. Assim, os tambores utilizados pelo grupo são fabricados por um dos integrantes, Mestre Pedro. Ele também confecciona os pandeiros que, ao contrário dos tradicionais, não têm tarraxas. “Ele é confeccionado com couro de animal e com a própria madeira da comunidade. Tudo isso dá a ele um suingue e um dom próprio”, reforçou Esmeraldina.


Opiniões




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Da esquerda para a direita, as alunas Thainara Marques e Alessandra Pazzine ficaram atentas às roupas coloridas e os instrumentos diferentes do Raízes do Bolão


A garotada da Hilário Vieira da Silva acompanhou tudo com muita atenção. As estudantes do sétimo ano, Alessandra Pazzine, 12, e Thainara Marques, 13, ficaram de olho nos instrumentos de percussão e no colorido das roupas. No final, as meninas gostaram da experiência. “Eu achei muito legal e interessante a cultura amapaense”, avaliou Alessandra. Já Thainara viu uma certa semelhança entre o marabaixo e o ritmo mais popular do país. “Os instrumentos de percussão são semelhantes ao pandeiro e o tambor utilizado no samba” comparou.


A impressão dos jovens ouvintes é sempre uma satisfação para o Raízes do Bolão. E de público, eles entendem muito bem. Afinal, eles viajaram para mais de 50 cidades no Brasil e já se apresentaram em países como Alemanha e França. Mas a plateia mirim sempre é especial. “É uma sensação muito boa ir a outros lugares, a maneira como somos recebidos e encontrar um monte de criança”, finalizou Esmeraldina.


Sonora Brasil


O projeto do Sesc continua com apresentações de outros grupos nas escolas de
Cariacica. Nesta quarta (13), às 16h, toca o grupo gaúcho Alabê Oni, na Emef Martim Lutero (telefone 3366-1872), em Flexal II. Na quinta (14), às 19h, entram em cena os baianos do Raízes do Samba de Toco, na Emef Joana Maria da Silva (3326-7434), em Castelo Branco. O Sonora Brasil se despede na sexta (15), às 16h, com show do grupo Samba de Cacete da Vacaria. Os artistas do Pará fazem show na Emef Antero José do Nascimento (3396-1819), em Vale dos Reis.  As apresentações são gratuitas e abertas ao público em geral (acesso de acordo com a capacidade de estrutura da escola). Todas as bandas têm tambores e percussão como carro-chefe.


Confira momentos do show na galeria abaixo: