Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D'Água está de volta com muita tradição e cultura no Dia de Nossa Senhora da Penha

Após dois anos sendo realizado de forma virtual por conta da pandemia, o Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D'Água está de volta! A Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (Semcec) e a Associação de Bandas de Congo de Cariacica (ABCC) prepararam uma programação especial para os festejos da tradicional folia cariaciquense, que acontece na localidade da zona rural, na próxima segunda-feira (25), Dia de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo. A entrada é gratuita.


A concentração das bandas começa às 7 horas, na Bica do Luiz, em Roda D'Água. Logo após, haverá um cortejo com a imagem de Nossa Senhora da Penha, em direção à Paróquia Bom Pastor, onde será realizada uma missa congueira, por volta das 10 horas.


A partir das 11 horas, outro cortejo, entoando o clássico "Iaiá, você vai à Penha?" e outros cantos, seguirá para o campo do América, onde acontece a festa principal, com o toque dos tambores e das casacas. Encerrando a festa, por volta das 18 horas, os congueiros cantam a "Ave Maria", acompanhada por um show de fogos.


"Para nós, é um privilégio estarmos de volta com o Carnaval de Congo de Máscaras de Cariacica. É um sentimento de gratidão. Realizamos o Carnaval de forma virtual, mas não há nada como sentir o calor humano, a vibração dos instrumentos, os cantos tradicionais e as pessoas festejando esse momento tão lindo, histórico e marcante para o município", disse a secretária de Cultura e Economia Criativa, Nina Santos.


O Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D'Água tem presença confirmada das bandas de congo locais São Benedito de Piranema, Santa Izabel, São Benedito de Boa Vista, Unidos de Boa Vista, Mestre Tagibe, São Sebastião de Taquaruçu e Apae Cariacica, além da banda mirim do Mestre Tagibe e bandas de outros municípios da Grande Vitória.


"Realizar o Carnaval de Congo de Máscaras após dois anos sem a festa presencial é a oportunidade de dar visibilidade a essa tradição centenária que faz parte do contexto histórico-cultural do povo cariaciquense, ao mesmo tempo que promove o sentimento de pertencimento da comunidade congueira”, avalia o presidente da Associação de Bandas de Congo de Cariacica (ABCC), Jefferson de Azevedo Fernandes.


Na festa do congo haverá vários estandes com venda de alimentos para a população, oficina de confecção de máscaras do João Bananeira e exposições da Casa Sol - Economia Solidária Local e da Associação dos Produtores de Artesanato de Cariacica (Aproac). Não será permitida a entrada de isopor e garrafas de vidro no local.


A festa


A grande festa movimenta a região de Roda D’Água, zona rural de Cariacica, anualmente, no mesmo dia da festa da padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha, e conta com uma programação extensa que se inicia pela manhã, com a saída da casa do “festeiro”, que recebe em sua casa os congueiros e segue com o cortejo em direção ao local da missa campal.


A festividade dura a tarde inteira com o encontro e apresentação das bandas de congo de Cariacica e outras bandas de convidadas, como também a presença dos mascarados.


Os mascarados são pessoas da comunidade que perpetuam a tradição folclórica do personagem João Bananeira. Com o rosto coberto pela máscara e o corpo tapado com folhas de bananeira, o mascarado se junta ao cortejo acendendo o imaginário das rodas de congo.


Conforme os relatos dos mais antigos, no meio da procissão, negros e escravos colocavam máscaras para cobrir os rostos e até mesmo usavam meias nos braços para não serem identificados e, assim, participarem do cortejo. Com o tempo, transformou-se numa brincadeira e foi incorporada à tradição da festa.


O mistério do personagem está em não divulgar quem está por trás da máscara, sendo revelado somente ao final da apresentação. Antes, ainda com as tradições mais enraizadas, para conseguir que não fossem identificados, os mascarados se vestiam nas plantações de banana da zona rural do município.


Tradição


A tradição do congo em Roda D'Água é passada de pai para filho e se mantém viva até os dias atuais. Sua origem remonta há mais de 100 anos, de acordo com a memória dos mestres. O congo de máscaras, que antes era só uma caminhada concentrada na comunidade, chamada de Carnaval de rua, atualmente recebe pessoas de vários lugares para acompanhar e conhecer o congo e o personagem folclórico João Bananeira.


Com o crescimento e reconhecimento da festividade, o Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D'Água não apresenta mais as mesmas características do passado, adquirindo o formato de concentração das bandas. A festividade se transformou em uma das maiores comemorações populares do Espírito Santo, e acontece no dia de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado, oito dias após o Domingo de Páscoa.

A festa reúne espectadores de diversas regiões do Estado que apreciam a apresentação dos congueiros. Entre tambores e casacas, são entoadas antigas canções, destacando-se a presença do mascarado “João Bananeira”, enquanto fiéis carregam o andor com a imagem da padroeira do Espírito Santo pelo caminho.


Confira a programação


Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D'Água


Quando: segunda-feira (25), com concentração às 7 horas, missa às 10 horas e apresentações das bandas de congo às 11 horas.


Onde: Roda D'Água, zona rural. Bica do Luiz (concentração), Paróquia Bom Pastor (missa) e campo do América (festa principal).


Atrações: Bandas de Congo São Benedito de Piranema, Santa Izabel, São Benedito de Boa Vista, Unidos de Boa Vista, Mestre Tagibe, Cia Cumby, São Sebastião de Taquaruçu e Apae Cariacica, além da banda mirim do Mestre Tagibe, show de Amaro Lima e bandas de outros municípios da Grande Vitória.


Entrada gratuita