Igualdade Racial realizará seminário sobre intolerância religiosa no próximo dia 20

Ogum, Oxóssi, Oxalá. Esses são apenas alguns dos muitos orixás existentes nas religiões afro-brasileiras. O Brasil é um Estado laico, o que significa que qualquer pessoa tem total liberdade para cultuar essas divindades, mas, na prática, o que os praticantes de religiões de matrizes africanas vivem é uma realidade de perseguição e preconceito. Para abordar esse tema a Gerência de Igualdade Racial realizará, no próximo dia 20, o II Seminário do Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa.


Uma das palestrantes será a professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Patrícia Rufino, que abordará a visão da universidade e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab/Ufes) sobre a intolerância religiosa, suas causas, seus efeitos e formas de enfrentamento. O também professor José Christovam Mendonça falará sobre o público LGBTQIA+ e as religiões afro-brasileiras, visto que esta parcela da população enfrenta preconceito tanto pela escolha da religião quanto pela orientação sexual. Enquanto o professor Iljorvânio Silva Ribeiro, coordenador do Grupo de Estudos “Discussões Antropológicas, Novas Epistemologias e Pós Colonialismo” na Ufes, palestrará sobre sua experiência como professor e membro do Candomblé na Região Metropolitana da Grande Vitória.


De acordo com o gerente de Igualdade Racial, Sandro Cabral Silva, à princípio, o evento seria destinado aos professores da rede, mas como eles estão em período de férias, a programação será aberta a sociedade civil, poder público e povos de matrizes africana.


“Nós temos o professor como peça fundamental para ser um multiplicador dessa questão da intolerância religiosa, porque o professor tem duas condições, ele afirma o preconceito, o racismo e a intolerância, mas ao mesmo tempo ele é aquele que pode pulverizar um olhar positivo através do seu conhecimento e reconhecimento que existem vários tipos de religiões e a sua opção, devoção, crença e fé é ato de escolha de cada indivíduo e a afirmação, a essa escolha, deve e precisa ser respeitada. Acreditamos, que os alunos podem ter orientações a respeito e não serem conduzidos a um único padrão”, explica.      


A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e a Constituição Federal pregam que todo ser humano tem direito à liberdade religiosa, da mesma forma, a legislação vigente assegura essa garantia, o que, na visão do gerente, não tem sido suficiente para garantir respeito à pluralidade de religiões.


“Falta respeito. A não aceitação da opinião do próximo gera o desrespeito, são religiões que precisam de respeito e reconhecimento, por isso, que vamos trabalhar com o mapeamento dos povos de matrizes africana e fazer os registros das casas, porque precisamos trazer para essas comunidades de terreiro ferramentas para elas lutarem contra a intolerância”, finaliza.  



Serviço


II Seminário do Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa


Data: 20 de janeiro


Horário: 9h às 12h


Local: auditório do Centro Administrativo. Avenida Kleber Andrade, n° 05, bairro Rio Branco