Enfrentamento à violência em Cariacica une força policial e investimentos no social

O combate à violência em Cariacica ganhou, a partir desta sexta (30), um reforço. Nas ruas, somando-se às polícias locais, agentes da Força Nacional irão dar apoio nas operações ostensivas e de inteligência. Este é um dos pontos do projeto-piloto do Programa Enfrente Brasil, de Combate à Criminalidade Violenta, que é mais amplo e tem no principal eixo investimentos na área social, coordenados em parceria por União, Estado e Município. O ato para início das operações foi realizado na área em frente ao Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), reunindo representantes da Força Nacional, polícias Militar, Civil, Federal, Rodoviária Federa, Bombeiros e agentes de trânsito de Cariacica.


O trabalho de montagem do programa é realizado na cidade desde maio, quando Cariacica foi selecionada como a representante da Região Sudeste por apresentar uma alta nos índices de violência, mas também por ter equilíbrio nas contas públicas, estabilidade governamental e um programa estadual de segurança referência no país. De lá até hoje, Prefeitura e Governo do Estado condensaram dados que foram usados na estratégia que irá para as ruas e uma série de investimentos foram startados.


Entre os investimentos, a Casa da Mulher Brasileira e a Estação Juventude 4.0 já foram definidos. O primeiro, que se trata de um local referência, contendo todos os serviços às mulheres vítimas de violência, deverá ser construído num terreno indicado pela Prefeitura, em frente ao Estádio Kleber Andrade. Até a conclusão da obra, um local provisório será alugado para a prestação do serviço ter início mais rapidamente. Já enquanto à Estação Juventude 4.0, toda a documentação está aprovada e os dois contêineres, mais os recursos para equipá-los e custeá-los, já garantidos. Serão R$ 200 mil para compra de equipamentos, como computadores de alta performance e impressosras 3D para ofertar qualificação profissional a jovens em risco social.


Foi anunciado também a disponibilização de um micro-ônibus com acessibilidade, com o qual o Municipio irá atender políticas voltadas aos idosos.


O prefeito Geraldo Luzia de Oliveira Junior, durante o ato que marcou o início da operação ostensiva, falou sobre a importância dos investimentos na cidade. "Não acredito que se faça segurança pública apenas com força policial. Isso pode ter um efeito momentâneo, mas não muda a realidade. Para mudarmos a estrutura de segurança na sociedade é preciso termos investimentos na prevenção, que passam por maior acesso à educação, cultura, esporte, lazer, saúde e oportunidades de emprego, que reduzam as desigualdades sociais em nossas cidades", comentou.


O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, ratificou o viés social do programa e acrescentou o papel do trabalho integrado das forças policiais. "Os índices já tiveram redução por resultado do trabalho das polícias e, na parceria entre governos Federal, Estadual e Municipal, queremos alcançar melhores resultados. O Programa Estado Presente, que já atua, será reforçado com o apoio da Força Nacional, neste momento em que todos devem atuar em conjunto, sem vaidades", explicou.


De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, os municípios que integram o projeto-piloto não são os mais violentos do país, mas registraram números absolutos de homicídios consideráveis nos últimos anos. O projeto tem como foco os crimes violentos, como homicídios, feminicídios, estupros, latrocínios e roubos. Baseados no diagnóstico e nos índices de criminalidade, as cidades serão atendidas por meio da atuação transversal e multidisciplinar de iniciativas nas áreas da educação, saúde, habitação, emprego, cultura, esporte e programas sociais.


"É preciso nós termos segurança, é preciso nós termos policiais nas ruas, é preciso nós retirarmos de circulação o criminoso violento, o criminoso perigoso, mas também temos que enfrentar as causas da criminalidade, eventualmente relacionadas à degradação urbana, ao abandono e, para isso, nós precisamos aliar política de segurança sólida com políticas de outra natureza", disse o ministro Sergio Moro.