Modalidades de acolhimento são apresentadas em encontro

A noite desta quinta-feira (04) foi marcada por um encontro muito especial, o encontro de apresentação das modalidades de acolhimento à criança e ao adolescente da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas): o Programa Família Acolhedora e o Projeto Apadrinhamento Afetivo. O evento aconteceu no Centro Cultural Frei Civitella e contou com a presença de diversos pretendentes.


Inicialmente a equipe da Semas apresentou aos participantes o que são as modalidades. O Programa Família Acolhedora é desenvolvido desde 2012, sendo uma modalidade de acolhimento familiar para crianças e adolescentes abrigados provisoriamente.


Hoje Cariacica tem quatro famílias acolhedoras sendo cinco crianças e dois adolescentes acolhidos. Eles ficarão no seio familiar por um ano podendo se estender para dois. Os critérios para participar do programa é ser morador da cidade por no mínimo dois anos, ter entre 25 e 60 anos, autorização e colaboração de todos os membros da família e ter interesse e disponibilidade para atender ao menor acolhido.


Enquanto o Projeto Apadrinhamento Afetivo, da mesma forma, oferece experiências afetivas à crianças e adolescentes que estão resguardados por medidas de proteção nos abrigos do município. Para participar  alguns critérios devem ser seguidos, entre eles não estar inscrito no cadastro de adoção da Vara Especializada da Infância e Juventude e entregar à Semas toda a documentação listada no ato normativo 13/2015 do poder judiciário.


Todo o processo, incluindo visita domiciliar, dura em média 3 meses. O Projeto visa cumprir o Art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente que preconiza o direito à convivência familiar e comunitária


De acordo com a coordenadora do Programa Família Acolhedora e do Projeto de Apadrinhamento, Cristiana Furtado Caldas Couto, o evento teve como objetivo divulgar as modalidades para que os munícipes possam conhecê-las.


“Pretendemos, com essa divulgação, aumentar o  quantitativo de adesão porque a procura tem sido pouca e  temos muitas crianças aguardando para serem acolhidas e apadrinhadas”, explica.


Quem também marcou presença no evento foi a equipe da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja). O grupo tem como missão realizar buscas para adoções nacionais e internacionais de crianças que não obtiveram êxito nas tentativas de colocação em famílias substituta nos âmbitos estadual e municipal. Outra atribuição  é realizar, junto a Corregedoria Geral de Justiça, inspeções nas instituições de acolhimento.


A assistente Social da Ceja, Luciana Lacerda, contribuiu explicando aos presentes as diferenças entre acolher, apadrinhar e adotar. O trabalho desenvolvido pela Semas é acompanhado de perto pela Ceja, que inclusive, o cita como modelo em outras cidades.


“O trabalho aqui em Cariacica é precursor, em termos de Família Acolhedora dentro do Estado, então se torna uma referência. Quando a gente visita outras comarcas do interior e somos indagados sobre o modelo e a forma como é desenvolvido esse trabalho a gente sempre cita Cariacica como referência”, afirma.


Em janeiro desse ano uma equipe da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, veio ao município conhecer de perto a iniciativa. Em seguida uma equipe da Prefeitura de Itaguaçu, região Noroeste, também manifestou interesse pelo programa.


Adoção


Hoje no Espírito Santo há mais de 800 pretendentes à adoção e uma média, flutuante, de cerca de 120 crianças à espera de um lar. “Essa conta não fecha porque os pretendentes vislumbram a adoção de crianças menores, saudáveis e, geralmente, brancas e esse não é o perfil da maioria das crianças que estão disponíveis.


Para reverter esse quadro campanhas de busca ativa tem sido feitas, uma delas é a “Esperando por Você”. A ação tem o intuito de mostrar, por meio do site do Tribunal de Justiça, crianças que fazem parte das chamadas adoções preteridas, elas são maiores, com necessidades especiais e têm irmãos. “São formulados vídeos e elas aparecem falando um pouco das suas histórias de vida,  potencialidades e o que elas entendem como família.


A campanha trouxe um resultado muito positivo, porque até a presente data, nós já tivemos sete adoções concluídas, desde o lançamento em maio de 2017”, comemora Luciana.


Doação de amor


A fisioterapeuta, Andressa Moreira, 26 e o empresário Renan de Oliveira Leite, 34, casaram-se recentemente e veem no Projeto Apadrinhamento Afetivo uma forma de dar amor à uma criança que precisa. Eles já tinham ouvido falar do trabalho desenvolvido pela Semas e vieram de Chácara Parreiral, na Serra, para participar do evento e tirar todas as dúvidas.


“Trabalho em um hospital e lá recebemos algumas crianças de abrigos, a gente acabou se interessando mais e procurando. Temos muitos sobrinhos e afilhados, então queremos dar a chance de as crianças dos abrigos terem a oportunidade de estarem com outras crianças e com a nossa família”, conta Andressa em tom de entusiasmo.