Alunos da Escola do Campo identificam espécies da Mata Atlântica

“As pessoas olham para você como se fosse um pedaço de nada." A frase é parte de um triste depoimento de um morador de rua concedido a uma rede de TV americana. A entrevista deixou inquieto o professor de Biologia, Valcir Linard, da Escola do Campo e Estação de Ciências Margarete Cruz Pereira. Em um profundo momento de reflexão, ele chegou ao entendimento de que muitas pessoas também tem uma postura semelhante com o meio ambiente. Assim, Valcir criou o projeto “Aula de Campo: Identificação das Espécies da Mata Atlântica”, desenvolvido todas as segundas, quartas e sextas. A iniciativa contempla todos os alunos do colégio, porém, possui um foco maior nos 70 estudantes dos sétimos e oitavos anos.


Trata-se de uma trilha ecológica na qual o professor pode trabalhar na prática a identificação das plantas (nomes, histórias e origens), o papel na cultura, as consequências da introdução para os demais seres vivos e a importância socioeconômica. Enquanto escutam as explicações de Valcir, os alunos observam contra a luz e por meio de microscópio as folhas, caules, flores e frutos de cada espécie descoberta. Linard aproveita esses momentos para provocar discussões sobre padrões de beleza, preconceitos, inclusão e exclusão social.


Confira comentários sobre as aulas de campo:


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“Penso em estruturar a trilha para a visitação de outras escolas. Acredito que o Brasil não investe o suficiente nesse tipo de pesquisa. Não conhecemos de fato nossas plantas. Por isso, sinto-me totalmente realizado com esse projeto. É um sonho concretizado”, afirma o professor de Biologia e coordenador do projeto, Francisco Valcir Linard de Alencar.


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“Minha família foi criada na roça. Eu não. Meus primeiros contatos com a terra aconteceram aqui na Escola do Campo. A cada dia, fico mais maravilhado com o que aprendo e com toda a estrutura que o colégio me oferece. Levarei por toda minha vida o cuidado e o respeito ao meio ambiente”, diz o estudante do 8º ano, Iagor Santos Louback.


“Na sala de aula, focamos mais na leitura, mas percebo que, na prática, aprendemos muito mais. Na aula de campo, o interesse pela descoberta é constante”, reflete a aluna do 7º ano, Andressa da Silva Sulatte.


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“O vídeo que o professor nos passou é muito triste. Fazendo um paralelo com nossas vidas, quando não enxergamos a natureza no cotidiano, não damos o valor e o carinho que ela merece”, comenta a estudante do 6º ano, Jamilly Ferreira dos Santos.