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Família Acolhedora: depois da tragédia, o encontro com a felicidade

Uma tragédia ocorrida, em 18 de junho de 2011, uniu a garotinha S., na época com 8 anos de idade, à funcionária pública Maria Aparecida de Oliveira, 37 anos. Naquele dia, um abrigo de Cariacica, destinado a acolher crianças em risco social, pegou fogo. No acidente, uma criança ficou ferida e duas faleceram. A menina saiu ilesa do incêndio, porém, perdeu sua moradia. Naquela época, Maria Aparecida trabalhava no abrigo e, como era de costume, sempre levava uma das crianças do local para passar o fim de semana em sua residência. “S. foi para minha casa ficar um mês. Assim que chegou, imediatamente, se identificou com a família. Passaram-se seis meses”, explicou. Como já estava apegada à menina, ela e o marido decidiram fazer parte do Programa Família Acolhedora da Prefeitura de Cariacica. “Mais um ano se passou e, como o tempo do vínculo ao programa estava acabando, não queria mais viver nessa insegurança de perder S. e, assim, resolvemos adotá-la”, ressaltou. A funcionária pública conta que S. encantou toda família com o seu jeito e que a adoção foi comemorada como uma grande vitória. “Antes de S. não tinha vontade de adotar, mas ela despertou essa vontade em mim”, frisa. “O amor que tenho por ela é enorme. Hoje, aos 13 anos, S. é a minha grande amiga e companheira, e melhor, minha filha”, completa. Maria Aparecida afirma que não se arrepende de sua decisão. S. tornou-se o xodó da família. “Somos tão próximas que as pessoas até dizem que somos parecidas fisicamente”, derrete-se a mãe. Adoção O caso da menina é uma exceção, pois o propósito maior do programa é de que as crianças acolhidas retornem às suas famílias de origem. Assim, trabalha com o acolhimento pelo período de um ano. O curto tempo é para que a família de origem se organize para receber essa criança novamente. “Cada caso é estudado de forma singular, pois cada criança tem a sua história e, dessa forma, não podemos generalizar. Todos os profissionais envolvidos fazem a análise de cada processo de acordo com as peculiaridades da situação”, explicou a assistente social Aline Palermo Camargo Leite, coordenadora do Programa Família Acolhedora. Ela ressalta que a adoção pode acontecer dentro do programa, porém, não pode ser usada como atalho dentro do Família Acolhedora. “As pessoas que desejam adotar, podem procurar diretamente o Juizado da Infância e Juventude”, frisa. Entenda melhor A Secretaria de Desenvolvimento Social (Semdes) promoverá, nos dias 13, 14 e 15 de agosto, o curso de Capacitação das Famílias Candidatas ao Acolhimento Familiar. A intenção é explicar à sociedade a importância do programa e, caso haja interesse, como participar. Para isso, profissionais da área da assistência social e do judiciário irão apresentar o Família Acolhedora de modo bastante didático, inclusive, com experiências já vivenciadas. Hoje o programa possui dez famílias habilitadas para acolher. Três delas estão vivenciando o acolhimento. O programa Família Acolhedora é uma das modalidades de acolhimento à criança e ao adolescente que tiveram como medida protetiva o afastamento da família de origem, sendo definido como um serviço que organiza o acolhimento na residência de famílias das comunidades do município. A lei municipal que respalda o Programa é a 4.917, de 26 de março de 2012. Os objetivos do programa são propiciar o atendimento em ambiente familiar, garantindo atenção individualizada e convivência comunitária, e acolher crianças e/ou adolescentes, com faixa etária de zero a 18 anos incompletos, em famílias acolhedoras. O período é de um ano, podendo ser renovado por mais um ano, de acordo com decisão judicial. São condições para permanência no programa Família Acolhedora: o acesso da criança/adolescente à rede de ensino; a frequência assídua nas atividades do programa; o atendimento às convocações realizadas pela equipe técnica do programa e pelo Poder Judiciário, além da necessidade de continuar residindo no município de Cariacica. Serviço: Curso de Capacitação das Famílias Candidatas ao Acolhimento Familiar Dias: 13 e 14 (quinta e sexta) Horário: 14h às 17h Dia: 15 (sábado) Horário: 8h às 12h Local: Auditório da Apae de Cariacica (Rua Carlos Rogério de Jesus, s/nº - Santa Fé)